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Juventudes
Ruth Cardoso, que sempre esteve atenta à temática das Juventudes, tanto em sua carreira acadêmica quanto na vida pública, apontava para o fato de termos múltiplas juventudes, com valores, comportamentos, visões de mundo, interesses e necessidades específicos. Produto de épocas, espaços e vivências sociais diferentes – ainda que capazes de coexistir –, as experiências jovens não são comparáveis, mas sim complexas em sua diversidade e desigualdades.

Por que refletir sobre as Juventudes?
O conceito de juventude é uma construção social que define um segmento da população possuidor de direitos, deveres, multiplicidades e diferenças. Trata-se de um grupo com peso social significativo, pois, ao mesmo tempo que se encontram em processo formativo e de desenvolvimento enquanto sujeitos, os jovens carregam a esperança de preservação e transformação de toda uma sociedade. Diante de sua centralidade para a evolução da vida coletiva, as juventudes são público-alvo contínuo de políticas públicas, que se dividem, grosso modo, entre:
- Políticas formativas: com foco educacional e profissionalizante, dedicam-se a inserir os jovens no mercado de trabalho para que ganhem autonomia e sejam sujeitos de suas próprias vidas.
- Políticas recuperativas: voltadas para a conduta e a formação dos jovens, visam à inclusão social e à construção das condições necessárias para que eles possam contribuir para o desenvolvimento coletivo.
É importante reconhecer que a maioria dos jovens vivencia os processos formativos e educacionais com muita desconfiança, pois não reconhece neles suas reais expectativas e reivindicações. Por outro lado, a inquietação, a coragem e a ousadia das juventudes lhes dão uma enorme capacidade de se tornarem agentes de mudança pautados pela inovação, criatividade e transformação do status quo.
Na visão do CRC, é urgente que as juventudes deixem de ser encaradas como um problema e passem a ser reconhecidas por suas potencialidades. Em vez de entendê-las como uma disfunção no processo de integração social, é nossa tarefa escutar suas demandas, compreender suas expressões e criar condições para o exercício de seu protagonismo.

Comitês temáticos
Com o objetivo de organizar as reflexões sobre um assunto tão complexo e multifacetado quanto as Juventudes, três comitês temáticos foram criados, com a participação de integrantes do Conselho Consultivo e da Rede de Parceiros do CRC. São eles:
Construção de Identidade e Formação
investiga aspectos fundamentais para o processo de formação e de construção da identidade dos jovens, como raça, gênero, religião, formação escolar, projeto de vida, inserção no mundo do trabalho, expressão por meio das linguagens artísticas, significados semânticos e corporais na construção identitária.

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Constituição de Sociabilidades
investiga de que maneira são construídos os caminhos e as expressões de sociabilidade dos jovens, bem como os fatores que impactam nesse processo, como arte, religião, violência, redes sociais, Internet e o uso de tecnologia.

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Formação e Atuação Política
investiga a relação dos jovens com a política – entendida em sentido amplo –, seus percursos formativos e de ação prática, como partidos políticos, grupos religiosos, movimentos sociais, movimentos de renovação, atuação política institucional e não institucional.

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